Certa vez, na véspera de natal, uma menina chamada Mariana recebeu um presente com dedicatória de alguém desconhecido. Mariana era uma menina tímida, tinha dificuldade de se comunicar, se sentia constrangida, achando que os outros colegas não gostavam dela. Por isso vivia pelos cantos acanhada. Apesar de seus dez anos, se sentia mais velha do que sua turma. Quando Mariana abriu o seu presente e leu a dedicatória, achou esquisita, pois não parecia com a letra de ninguém conhecido. No bilhete dizia:
Este presente é mágico! Vai lhe ajudar. Mas você não poderá ficar com ele por muito tempo. Quando encontrar uma pessoa que precise mais que você, passe para ela.
Quando ela abriu o presente, viu que era um Papai Noel minúsculo, com os olhos brilhantes e que fazia: Ho, Ho, Ho!
Ela pensou:
— Que brinquedo esquisito! De que isso me servirá?
Mariana olhou para os olhos brilhantes do Papai Noel e, com o passar do tempo começou a crê que ele tinha mesmo poderes mágicos. Fez dele o seu confidente, aonde ia o levava junto. À noite, o colocava embaixo do seu travesseiro e conversava com ele.
Pouco a pouco, Mariana deixou de ser aquela garota tímida e se tornou muito confiante, era muito querida pela turma. Um dia Mariana resolveu reler o seu bilhete e percebeu que agora ela era feliz e devia doá-lo para alguém que precisasse.
Na véspera de natal, ela foi ao hospital visitar sua tia que estava se restabelecendo de uma virose. E nos corredores encontrou uma menina chamada Karine, que estava com leucemia, assim que olhou nos seus olhos, percebeu que era a pessoa a quem deveria dar o presente.
Mariana perguntou:
— Você acredita em Papai Noel?
Karine respondeu:
— Não, já acreditei muito, mas agora...
Então ela resolveu embrulhar o presente e entregá-lo para a menina.
Karine chegou ao seu quarto, desembrulhou o presente e leu o bilhete, que dizia:
Este presente é mágico! Vai lhe ajudar. Mas você não poderá ficar com ele por muito tempo. Quando encontrar uma pessoa que precise mais que você, passe para ela.
Quando segurou o Papai Noel, ele fez Ho, Ho, Ho!
Ela achou engraçado e sorriu. Pensou: E para que serve isso?
Apesar de não ter acreditado realmente que era mágico, antes de dormir sempre conversava com ele, pedindo para melhorar e se sentir mais feliz:
— Eu não sei se magia existe de verdade, mas, por favor, me ajude a ficar boa para que eu possa brincar com as outras crianças.
Então ela o apertou e ele fez novamente: Ho, Ho, Ho!
— Que boneco mais engraçado!
Karine melhorou após algum tempo. Era como se o boneco estivesse incentivando a sua cura. Então percebeu que estava chegando a hora de passar o boneco para outra criança.
Ela ficou bastante feliz ao se recuperar da doença. Pôde ir à escola, como antes e estava ansiosa para fazer novos amigos. Se enturmou rapidamente e enquanto brincava com todos de pega-pega, viu uma menina que se sentia excluída por não poder brincar com os outros, pois usava cadeira de rodas. Karine então, se aproximou da menina e perguntou:
— Como é o seu nome?
— Julliana.
— Por que não está brincando com os outros?
— Porque eu não posso correr, por isso não me junto aos outros para brincar.
— Você aceita um presente? Você poderá brincar com ele mesmo sem correr.
— Claro! Vou gostar muito!
No dia seguinte, Karine entregou o Papai Noel para Julliana. Junto a ele, veio um recado que dizia:
Este presente é mágico! Vai lhe ajudar. Mas você não poderá ficar com ele por muito tempo. Quando encontrar uma pessoa que precise mais que você, passe para ela.
Ela achou interessante e ficou curiosa para ver o que era. Quando abriu, ele fez: Ho, Ho, Ho!
À medida que Julliana brincava com o boneco, percebeu que podia ser como uma criança normal e que na verdade, era aceita pelos outros, apesar de sua deficiência, com isso tornou-se mais feliz.
Na sua escola, numa festa de natal, resolveu entregar o presente para sua nova amiga, Sofia que já era adulta, mas estava passando por muitos problemas e estava confusa.
Julliana falou:
— Você aceita um presente? Ele é mágico...
Na realidade, a magia do Papai Noel é movida pela caridade das pessoas que o transmitem e da fé daqueles que o recebem. Ele continua vivo no pensamento de quem crê, transmitindo a felicidade por onde passa.
